Antenista BH e Região

26 de fevereiro de 2024

História Alternativa dos Satélites

Arthur Charles Clarke

A concepção dos satélites de telecomunicação surgiu de uma fonte inesperada após a segunda guerra mundial: o oficial de radar Arthur C. Clarke, mais tarde famoso por suas obras de ficção científica. Em seu artigo para a revista Wireless World, Clarke propôs a ideia revolucionária de colocar três repetidores em órbita a 120 graus de distância sob a linha do equador, a uma altitude de 36.000 Km (geoestacionário). Esses repetidores teriam o propósito de facilitar a comunicação de rádio e televisão em escala global. Apesar de Clarke ter formalizado essa ideia para comunicações, Newton já havia sugerido, em seu livro 'Philosophie naturalis principia mathematica', o lançamento de um satélite artificial usando um canhão.


No entanto, devido à falta de tecnologia para o lançamento desses equipamentos por foguetes, o exército americano conduziu os primeiros experimentos de comunicação por rádio entre 1951 e 1955, usando a lua como um refletor passivo. Infelizmente, esses experimentos não foram bem-sucedidos devido à grande distância entre a Terra e a lua, além da tecnologia limitada para lidar com sinais de baixa amplitude e relação sinal-ruído.


O marco inicial da exploração espacial foi o Sputnik 1, que realizou a primeira transmissão e recepção de sinais do espaço. Transmitindo sinais nas frequências de 20 e 40 MHz, o Sputnik 1 demonstrou a viabilidade da comunicação em longas distâncias.


Embora os russos tenham sido os pioneiros no lançamento de satélites, a história atribui ao presidente Eisenhower a primeira transmissão de voz do espaço. A mensagem de feliz Natal, transmitida de um gravador contido em um foguete, inaugurou os satélites de retransmissão diferida.


Somente no final da década de 1960, com a substituição das baterias por células solares, tornou-se possível retransmitir dados enviados da Terra. O satélite militar Courier 1B foi capaz de armazenar e retransmitir até 68.000 palavras por minuto.


A partir dos anos 1960, os satélites artificiais se tornaram a melhor opção para as comunicações, substituindo os experimentos com satélites naturais. Eles foram concebidos para funcionar como torres de repetição de microondas, ampliando o alcance das comunicações.


O primeiro satélite de comunicações verdadeiramente comercial foi lançado em 1962, chamado Telstar 1, inaugurando uma nova era na telecomunicação global.


Desde então, uma série de satélites foram lançados para testes, aprimoramentos e comunicações intercontinentais. Destacam-se o Telstar 2, Relay 1, Relay 2, Syncom 1 e Syncom 2. O Syncom 3 ganhou destaque ao retransmitir ao vivo os Jogos Olímpicos de 1964.


Em 1965, o Intelsat, também conhecido como Early Bird, foi lançado com 240 circuitos telefônicos, demonstrando a crescente demanda por comunicações via satélite.


Após 1965, os projetos de satélites tornaram-se mais especializados, voltados para atender às necessidades de países isolados. Canadá (Anik), Espanha (Hispasat) e os EUA (DSCS, FLTSATCOM e AFSATCOM) desenvolveram suas próprias redes de comunicação via satélite.


Na década de 1970, as antenas de comunicação com os satélites tinham 12 metros de diâmetro, exigindo alta potência. Isso limitava sua operação a estações de recepção local.


Desde o início dos anos 1980, as antenas foram reduzidas para 7 metros e continuaram a evoluir, tanto em tamanho quanto em eficiência de transmissão/recepção, buscando otimizar o uso do meio de comunicação.

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