De acordo com o programa de notícias Nieuwsuur, cinco satélites operados pela empresa francesa Eutelsat e um pela SES, de Luxemburgo, foram alvo de sequestros temporários entre março e novembro deste ano.
Alvo Principal: Emissoras Ucranianas
Fontes governamentais da Holanda, França, Suécia e Ucrânia indicaram que emissoras ucranianas estavam no centro dos ataques. Além disso, as interferências afetaram sinais de GPS, colocaram em risco operações de controle de tráfego aéreo e causaram interrupções em canais como a BabyTV, um popular canal infantil.
Em um dos incidentes, o conteúdo da BabyTV foi substituído por uma música patriótica russa intitulada "Vperyod, Rossiya!" ("Avante, Rússia!"), interpretada por Oleg Gazmanov, artista sancionado pela União Europeia.
Conexões com Ataques Cibernéticos
Uma das interrupções ocorreu em 17 de abril, coincidindo com um ataque cibernético que tirou do ar 39 canais de satélite ucranianos, de acordo com uma grande emissora de mídia da Ucrânia.
Denúncias e Reações Internacionais
Em junho, Ucrânia e outros quatro países europeus apresentaram queixas formais à União Internacional de Telecomunicações (UIT), acusando a Rússia de “interferências prejudiciais”. Entre as denúncias, destacaram-se transmissões de imagens violentas da guerra na Ucrânia.
Em julho, a UIT emitiu uma declaração pedindo que a Rússia cessasse as interferências intencionais, identificando Moscou, Kaliningrado e outros locais como fontes das interferências. Apesar disso, a UIT, um órgão da ONU que regula comunicações via satélite, não possui mecanismos de execução para impor suas decisões.
A Rússia negou as acusações, alegando que países da OTAN seriam responsáveis por ações similares.
Impacto na Segurança e Resiliência Europeia
Patrick Bolder, especialista em operações espaciais, afirmou ao Nieuwsuur que os ataques russos revelam vulnerabilidades significativas nos sistemas europeus de satélite. “Isso demonstra que não somos resilientes o suficiente ou conscientes das nossas fragilidades”, declarou.
As tensões no espaço cibernético e orbital refletem o impacto crescente da guerra híbrida nas relações internacionais e na segurança das comunicações globais.
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